domingo, janeiro 14, 2007

Gustave Le Gray
(1820-1884)

Pioneiro da fotografia artística - Link acima para exposição virtual

"Faço votos de que a fotografia em lugar de cair no domínio da indústria e do comércio, entre no domínio da arte. É esse seu único e verdadeiro lugar, procurarei sempre trabalhar para o desenvolvimento da fotografia. Todos os que se dedicam a ela deveriam se compenetrar dessa idéia." Gustave Le Gray

"Gustave Le Gray (1820-1884) é uma figura central da fotografia do século XIX. Contemporâneo de fotógrafos como Nadar, Charles Nègre, Henri Le Secq, Edouard Denis Baldus, os irmãos Bisson, Roger Fenton, ele ocupa um lugar especial entre todos. Como a maioria, ele teve formação em artes plásticas e a pintura foi sua primeira opção. Sua maestria absoluta na técnica fotográfica o levou a fazer duas invenções importantes: o negativo sobre o vidro numa solução de nitrocelulose misturada no éter e no álcool, em 1850. E a descoberta do negativo sobre papel de cera impermeável em 1851.
Seu senso de composição foi herdado da pintura e adaptado à estética fotográfica nascente, o que o levou a abordar numerosos temas: retratos, vistas arquitetônicas, paisagens, nús e reproduções de obras de arte.
Na primavera de 1860, Le Gray foi forçado a deixar seu atelier parisiense: os irmãos Briges, proprietários do lugar, cansados de sua gestão perigosa colocaram &o local à venda. Suas exigências artísticas se mostraram incompatíveis com a orientação cada vez mais comercial da fotografia. Do sucesso, Le Gray passou sem transição para o revés financeiro e o abandono dos antigos amigos.

The great wave (1857)

Tree (1855)

Deixando em Paris, seu atelier, sua obra, sua família, Le Gray embarca para uma viagem de alguns meses com Alexandre Dumas. O convite do escritor francês era para fazerem um cruzeiro na "Emma", uma espécie de iate de Dumas, que assim o descreve: "uma pequena e encantadora galeota, toda em mogno e revestida de cobre". Era à bordo dela que Alexandre Dumas - como um verdadeiro Monte Cristo - pensava em realizar seus velho sonho de visitar as terras orientais. Dumas gostava de estar em companhia de jovens e de sua amante Émilie Cordier e monta um grupo planejando uma viagem onde todos se divertissem com a descoberta do Oriente. "Emma" parte de Marselha em meio à curiosidade geral. Mas quando chega a notícia que Garibaldi entrou em Palermo no dia 27 de maio, Dumas - que já havia encontrado o herói anteriormente - quer ardentemente apoiar sua causa. O cruzeiro desvia: os viajantes fazem uma escala na Sicília. Ali, são recebidos regiamente por Garibaldi e por seu ajudante de campo, o general Türr e seus Camisas Vermelhas. A bela cidade de Palermo, conquistada pelos revoltosos, está em ruínas e cheia de barricadas.

Garibaldi pergunta a Dumas:
- Você tem um fotógrafo consigo?
- O primeiro fotógrafo de Paris, simplesmente Le Gray.
- Bem, peça para que fotografe nossas ruínas, é é preciso que a Europa saiba do que aconteceu aqui, duas mil e oitocentas bombas num único só dia!
As fotografias feitas por Lê Gray foram enviadas aos jornais de Paris, que as reproduziram imediatamente.

Dumas e seus companheiros esquecem o cruzeiro e partem com uma coluna de voluntários sobre as ordens de Türr para Catane. Finalmente, reembarcam na Emma no dia 7 de julho com destino à Malta. Antes de deixar a Sicília, Dumas propôs a Garibaldi de voltar a França para lhes comprar fuzis. "Se você disser que sim, eu suspendo minha viagem a Ásia e faço o resto da campanha com vocês." Por esse motivo, Dumas abandona no cais do porto de La Valette, o fotógrafo Lê Gray e dois outros camaradas, Édouard Lockroy e o doutor Albanel, em Malta no dia 13 de julho."

in "Nada a ver" (Blog)


Algumas de suas fotografias são leiloadas nos dias que correm por quantias enormes:
List of most expensive photographs


Breve historia da fotografia (vídeo):



A todos os visitantes um abraço e continuação de boa semana