terça-feira, setembro 11, 2007

9/11 - 6 Anos Depois...

"O que mudou no dia-a-dia da América

Não há quem não se lembre do que estava a fazer no momento em que soube dos atentados de 11 de Setembro de 2001. Ou antes, do desastre que tinha acontecido com um avião que chocara contra uma das Torres Gémeas do World Trade Center. Menos se recordam já de como era a vida imediatamente antes disso.

Nessa manhã de 11 de Setembro, em Nova Iorque, era o primeiro dia de aulas e havia primárias para a eleição do mayor que iria substituir Rudy Giuliani. A grande preocupação nacional prendia-se com o desacelerar da economia, que durava há mais de um ano e ameaçava tornar-se em recessão.

No plano internacional, a Europa criticava o Presidente Bush pela sua política unilateral de construção de um sistema de defesa anti mísseis contra a proliferação de armas de destruição maciça, enquanto concertavam um esforço conjunto para a pacificação e estabilização dos Balcãs. Havia grande preocupação com o que se passava na Libéria e na Serra Leoa, onde se falava de genocídios que ameaçavam estender-se a outros países africanos.

Havia também preocupação com a extensão do radicalismo islâmico, mas que parecia contido nos EUA desde o atentado de Novembro de 1993 contra o World Trade Center. Uma percepção errada, como se percebeu a partir das 08.46 dessa manhã.

Seis anos depois, os Estados Unidos continuam a viver um clima que se pode considerar de ansiedade por segurança, cada vez investindo mais nela e todos os dias descobrindo buracos no aparelho e que não existe uma segurança absoluta.

Se os check-ins há seis anos se faziam nos passeios dos aeroportos e o mote era acelerar o processo e facilitar a vida aos passageiros, hoje pelo menos duas horas de antecedência são uma necessidade absoluta para os procedimentos de segurança - raios X, descalçar de sapatos, detecção de metais, proibição de levar líquidos e cremes, limitação da bagagem de mão - e os atrasos nos voos nunca foram tão grandes.

A procura de segurança infiltrou--se em todos os estratos da vida do dia--a-dia. A exigência de documentos de identificação, num país que despreza a noção da existência de um bilhete de identidade, tornou-se num constante quebra-cabeças: para renovar a carta de condução é necessário construir um puzzle de pontos com vários documentos, para se entrar num edifício público ou qualquer operação burocrática são muitas vezes necessárias duas identificações com fotografias, e nem todas são aceites.

De atentados contra embaixadas e barcos no estrangeiro e lançamento de mísseis de cruzeiro contra campos abandonados nas montanhas do Afeganistão, passou-se a duas guerras de ocupação, no Afeganistão e no Iraque. Quando começaram, tudo parecia fácil; hoje, já causaram mais de 4100 mortes entre os soldados americanos e são o factor que mais divide a opinião pública, não só nos EUA como em todo o mundo.

A popularidade do Presidente George W. Bush acompanhou de perto as curvas de apoio às guerras. Era máxima quando do lançamento da invasão do Afeganistão, bastante alta em 2003 quando a entrada das tropas no Iraque, mas depois foi-se degradando à medida que os resultados no terreno começaram a ser cada vez mais sombrios, até atingir mínimos não vistos há décadas.

O mesmo aconteceu com o Congresso, que nunca foi tão desacreditado como é hoje, com uma taxa de aprovação de apenas 18% entre os americanos.

O 11 de Setembro será o acontecimento que marcará os dois mandatos de George W. Bush como Presidente. Do discurso com megafone nos escombros fumegantes há seis anos, hoje passará a uma cerimónia simples em Washington e a momentos de recolhimento na Casa Branca.

Como tudo na vida, também à grande tragédia americana dos últimos tempos chegou a altura de sair de palco. Outros intérpretes e acontecimentos se avizinham." In Diario de Noticias Online


The Falling man



Um documentário excelente sobre as pessoas (e a procura de sua identidade) que se jogaram do edifício após o impacto do primeiro avião.



Difícil encontrar um documentário na net sobre o assunto que não tenha alguma teoria da conspiração... este está relativamente bom nas partes factuais, dividido em varios "capítulos" que apresentam também uma perspectiva histórica dos acontecimentos que levaram a este atentado...

A todos continuação de boa semana. Abraço